terça-feira, 31 de janeiro de 2012

60% das agredidas sofrem violência diária

Dados divulgados pela Central de Atendimento à Mulher revelaram que a maioria das mulheres agredidas sofre violência diária. De janeiro a outubro deste ano, foram registrados 58.512 relatos de violência.

Do total, 60% das mulheres disseram que foram agredidas todos os dias e 38% delas são vítimas desde o início do relacionamento.

A maior parte das vítimas tem de 20 a 40 anos, não possui ensino médio completo e convive com o agressor por 10 ou mais anos. Os números mostram que 74% dos crimes são cometidos por homens com quem as mulheres têm vínculos afetivos.

Os filhos também sofrem com a violência. Segundo o balanço do governo, 66% dos filhos presenciam a violência e 20% são agredidos junto com a mãe.

Mais de 60% das agressões foram violência física. A agressão moral e psicológica correspondeu a 35%. “Com a tipificação da violência a partir da Lei Maria da Penha, as mulheres perceberam que os xingamentos e pressões de ordem moral mexem com sua ‘psique’ e as tornam vulneráveis às doenças de origem emocional”, explicou a ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Políticas para as Mulheres.

Criado em 2005, o Ligue 180 recebeu mais de dois milhões de ligações nos últimos cinco anos.


Fonte: Destak

Nos primeiros nove dias do ano, já foram registrados 128 casos de violência contra mulher

E só foram contabilizados dados de uma capital brasileira...

Em apenas nove dias do ano de 2012 já foram registrados 128 casos de violência contra a mulher em Campo Grande. A informação foi divulgada pela delegada Rosely Molina da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher. Segundo ela, 6.210 mulheres que residem em Campo Grande registraram boletim de ocorrência no ano de 2011 por violência doméstica. O caso mais recente registrado é o da dona de casa J.A. dos S.. Ela foi vítima de uma tentativa de estrangulamento pelo ex-companheiro C.L.M.

Por volta das 00h30, ela compareceu na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do bairro Piratininga, dizendo que foi vítima de tentativa de homicídio, praticado por seu ex-esposo, C. L. M. Ela disse também que ele não aceita a separação.Conforme a vítima, na noite de domingo, por volta das 20 horas, o ex-companheiro estava com uma faca e forçou a montar em sua motocicleta levando para um matagal que fica na avenida Brasil Central, próximo da Base Aérea de Campo Grande.

Durante o trajeto o casal caiu no chão, quando ela tentou fugir. C.L.M, começou a ameaçá-la dizendo: “Eu vou te matar e depois eu me mato”, quando jogou ela no chão e passou a estrangulá-la, causando sangramentos na boca e nariz. A vítima começou a gritar por socorro. Uma pessoa que estava passando na rua disse que a polícia estava chegando. C.L.M, ficou com medo e fugiu do local em sua motocicleta. A mulher foi levada para delegacia.

A dona de casa J.A. dos S estava registrando o boletim de ocorrência, quando uma vizinha dela ligou informando que o autor C.L.M estava rondando a residência da vítima. Logo em seguida o autor passou a ligar insistentemente para o celular da vítima, ameaçando-a e exigindo um encontro, marcando inclusive de se encontrarem em frente à Clínica Campo Grande. Os policiais foram até o local e encontraram o autor em sua motocicleta. Ele foi preso em flagrante delito, pela prática de tentativa de homicídio. Foi encontrada a faca que era utilizada pelo autor.

Campo Grande - MS - Brasil.

Fonte: CapitalNews

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Um terço dos homens no Morro dos Prazeres já agrediu uma mulher, diz pesquisa

Mais de 35% dos entrevistados disseram que já praticaram violência contra parceiras


Um levantamento divulgado neste sábado (º) pela ONG (Organização não Governamental) Promundo, retratou o cenário de violência contra a mulher no Morro dos Prazeres, em Santa Tereza, região central do Rio de Janeiro. Os dados mostram que mais de 35% dos homens entrevistados na comunidade disseram que já praticaram algum tipo de violência contra as próprias parceiras em algum momento da vida. Mas só 20% dos casos foram denunciados.

A pesquisa revela que 65% dos homens entrevistados já presenciaram parentes, amigos ou conhecidos cometendo algum tipo de violência contra mulheres. Mais de 40% relataram que a violência testemunhada foi praticada contra a mãe do agressor.
De acordo com Márcio Segundo, coordenador de pesquisa e avaliação do Promundo, “os dados mostram que muitos dos homens que cometem violência contra a mulher foram testemunhas dos pais cometendo violência contra as mães".

- A base de tudo é o machismo e se a gente não fizer um trabalho para mudar a cultura do machismo, essa realidade não vai mudar muito.

O coordenador da ONG considera que é preciso ir além da informação.

- Existem pesquisas que mostram que mais de 90% dos homens conhecem a Lei Maria da Penha [que criminaliza violência doméstica], mas, mesmo conhecendo, continuam cometendo violência. A informação é importante, mas não é a única ferramenta. O lado punitivo pode fazer com que [os agressores] parem com isso, mas não tem sido suficiente.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Justiça do Rio recebeu mais de 47 mil ações sobre violência contra a mulher em 2011

Número de sentenças só não é maior porque muitas mulheres se reconciliam com os agressores



Um dos estados com o maior número de atendimentos a mulheres vítimas de violência, o Rio de Janeiro recebeu em 2011 mais de 47 mil ações contra homens agressores em seus sete juizados de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher. Dados do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) informam que desde a implantação do primeiro juizado específico para essa matéria, em 2007, até novembro de 2011 foram abertas 153.746 mil ações. Do total, 63.213 culminaram com os acusados sentenciados. A diferença entre o número de ações e de sentenças ocorre, porque muitas mulheres reconciliam-se com os agressores e acabaram desistindo de levar adiante o processo.

De acordo com a desembargadora Cristina Gaulia, coordenadora da Comissão Estadual Judiciária de Violência Doméstica, o maior acesso à Justiça e à informação está diretamente ligado ao aumento significativo das ações desde a criação dos juizados. Em 2008, um ano depois da instalação dos primeiros dois juizados (Centro e Campo Grande, na zona oeste), foram iniciados 23.794 processos, quase 17 mil a mais que em 2007. Em 2009, o número passou de 32,6 mil, sendo que em Campo Grande o número de ações praticamente dobrou entre 2008 e 2009, ao chegar a 6.249 para 11.116 processos.

- Os juizados independentes, com um juiz titular sensibilizado para essa questão, previnem a vitimização da mulher na medida em que ela tem mais acesso à Justiça e à informação sobre seus direitos. E ao mesmo tempo trata o homem agressor, com psicólogos e assistentes sociais, prevenindo outras violências desse agressor contra mulheres.

Com uma equipe multidisciplinar (juiz, promotor e defensor especializados), as unidades estão instaladas em três bairros da capital (centro, Campo Grande e Jacarepaguá), em Niterói, região metropolitana, e em Duque de Caxias, Nova Iguaçu, São Gonçalo, na Baixada Fluminense. Para este ano, o tribunal deve instalar mais três juizados: em Volta Redonda, Campos de Goytacazes e Cabo Frio.

Os juizados de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher foram criados a partir da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006), exclusivamente para conhecer, processar e julgar casos relativos a denúncias de violência contra mulher.
Para a defensora pública da 1ª Vara de Família de Jacarepaguá, Cristiane Xavier, as mulheres estão mais esclarecidas sobre seus direitos, mas a expansão dos centros de Referência da Mulher e dos juizados de Violência Doméstica é fundamental devido à complexidade do crime.

- Se você sofrer um assalto ou outro tipo de crime, não vai mais ver o seu agressor, mas dentro da própria casa a violência se mantém. Então esse crime não pode ser tratado como um crime comum. A vítima precisa de um atendimento jurídico, emocional e psicológico e, em alguns casos, um abrigo e suporte para cuidar dos filhos.

Segundo a Secretaria de Políticas para as Mulheres, da Presidência da República, seis em cada dez brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de violência doméstica. O machismo (46%) e o alcoolismo (31%) são apontados como os principais fatores que contribuem para a violência. O marido ou namorado é o responsável por mais 80% dos casos reportados. O medo é a razão principal (68%) para evitar a denúncia dos agressores.

Fonte: R7.com